Como escolher uma lista de louvores? Como montar uma lista de louvor? Setlist gospel

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Vamos tentar dar algumas idéias neste artigo de como estruturar uma lista de louvor. Existem vários fatores que influenciam na hora de montar uma boa lista de louvor, e tentaremos esclarecer algumas coisas.

O que é uma lista de louvor?

É uma lista com as canções que serão entoadas/cantadas durante o culto ou apresentação de uma banda ou ministério de louvor.

Não existe uma fórmula mágica para fazer a lista de louvor, e por mais fé que você tenha, não será todos os dias que o Espírito Santo irá soprar as músicas na sua orelha.

O que podemos ajudar nesta jornada é apontar para algumas pontos que deverão ser observados, aspectos que acredito fazerem a diferença. Temos que tomar o cuidado para não jogarmos nas costas de Deus uma responsabilidade que é nossa, pois entendo que o dia que Deus quiser uma música específica ele fará que ela seja cantada, quer esteja ou não na lista. Nossa preocupação está para os momentos em que ele não pediu nada específico e aguarda que a igreja ofereça louvores a ele.

O que observar antes de fazer uma lista de louvor?

# Cultura musical da Igreja

A cultura tem um peso enorme na escolha das músicas. Determinados grupos religiosos tem a crença de que só determinados estilos musicais agradam a Deus, e tentar forçar estilos que eles não aceitam é um erro grave.

Conheço casos em que demoraram de 5 até 15 anos para uma igreja mudar de hábito musical e ainda assim parte dos membros mais velhos da comunidade não ficaram totalmente satisfeitos.

Algumas comunidades acreditam que só determinados ritmos chamam a presença de Deus, e se você deseja que eles participem e recebam a sua ministração, esqueça seus gostos musicais e preste atenção na igreja.

# O que a Igreja ouve quando não está no templo

É um pouco trabalhoso, mas descobrir o que a igreja ouve no dia a dia pode ser uma boa indicação do que trabalhar nos cultos.

Se a proposta do evento ou culto tem uma linha definida, então siga o que foi definido, pode ser que você esteja em um processo de mudança cultural.

Mas se não for o seu caso, você está perdido na escolha das canções e não existe uma linha definida, então entender o que a igreja ouve é um bom começo.

# Gosto dos líderes / pastores

Tive a oportunidade de estar em algumas igrejas onde o estilo musical predominante era baseado no gosto de algum líder ou do próprio pastor. Quando estes não aceitam bem e possuem convicções sobre que tipo de louvor é o mais sagrado, qual agrada mais a Deus, esqueça qualquer argumento técnico ou teológico, pois é uma briga difícil, para não dizer perdida.

Se você vive esta situação, entenda o gosto destes que tomam as decisões e mantenha o foco nessa linha pra evitar dores de cabeça. Como dizia um antigo colega: “manda quem pode, obedece quem tem o microfone”.

# Gosto dos músicos ou do ministro de louvor

Os músicos tendem a querer influenciar a escolha das músicas baseados em seus gostos pessoais, o que pode criar distorções (inclusive na guitarra) ou uma falta de coerência na lista de louvor.

Existe uma diferença entre “O QUE EU POSSO TOCAR OU CANTAR”, “O QUE EU DESEJO/SONHO TOCAR OU CANTAR” e “O QUE EU CONSIGO TOCAR OU CANTAR”.

Metade ou mais (chute) dos guitarristas adorariam tocar sons mais pesados nos cultos, os baixistas sons mais “groovados”, os bateristas com seus solos de bateria, e por ai vai.

Um erro comum em alguns ministérios é tentar tocar ou cantar músicas e arranjos que a equipe não tem condições alguma de executar, obrigando a igreja a ouvir sons que deixam até o diabo assustado.

Os ministérios devem buscar o equilíbrio entre o gosto pessoal e da igreja e sua capacidade de executar. Fujam de arranjos complicados, tons altos demais, letras com trava-línguas, ou seja, qualquer coisa que possa criar situações embaraçosas e tirar a atenção da igreja durante o louvor.

# O tom da música para quem canta e para a Igreja

Outro ponto que devemos buscar o equilíbrio é em relação ao Tom da música. E neste ponto me preocuparia bastante com a igreja, pois se ela não conseguir participar porque está alto demais ou baixo demais, ela não irá se envolver na música.

Também devemos ter em mente que o ministro deve conseguir cantar com o mínimo de conforto, pois se a igreja não ouvir direito o cantor ou ouvir uma voz sacrificada ou desafinada, a mesma também pode não participar adequadamente e ficar assistindo o show de horrores vindos do palco.

# Timbre e estilo vocal do ministro

Não foram uma e nem duas músicas que deixamos de tocar porque ela não se encaixava no timbre e tom dos cantores da banda.

Pegar um cantor acostumado ao sertanejo e pedir para cantar um pop rock do PlanetShakers é a típica receita para que algo fique estranho. Devemos procurar as vozes que ficam mais adequadas para determinadas músicas, seja pelo estilo, seja pelo tom, seja pelo timbre.

Em geral, músicas mais calmas pedem vozes mais calmas, músicas mais pesadas pedem vozes mais pesadas, e assim por diante. Quando não há um bom casamento da voz com a música, tom e arranjo, a igreja sempre ficará com aquela sensação de que algo está errado.

# A capacidade técnica da banda

Não forcem a barra, exigindo que músicos com pouca experiência ou limitações técnicas toquem o que não sabem. O líder tem o dever de identificar os casos com menor experiência e conhecer sua banda, evitando colocar músicas que não serão bem executadas por eles.

Gosto sempre de dizer que o simples é inimigo do ótimo, na dúvida sempre optem pelo simples, vai ajudar a evitar muitas dores de cabeça. Em alguns ministérios, bandas e igrejas, o que se tem a fazer é se conformar e se limitar as músicas que eles podem tocar o que não quer dizer que você como pessoa precise se conformar, estude e procure aprimorar o seu dom, independente dos demais e de sua igreja..

# A proposta da reunião, culto ou apresentação

Deve-se sempre observar qual a proposta do culto e verificar se em seu repertório existem músicas adequadas para cada tipo de culto que a igreja possui.

Não podemos em um culto de oração chegar com um rock ou pop rock, não condiz com a proposta da reunião, que pede canções que levem a igreja para o propósito da oração.

# A Bíblia

Não menos importante, pelo contrário, tem uma importância grandiosa, a Bíblia tem que ser a referência para as letras das músicas. Fuja de canções com letras duvidosas, que não estão em total acordo com a Bíblia. É fato que existem temas que a Bíblia não trata, mas o cuidado que devemos ter está ligado aos fundamentos, a música não pode ferir os fundamentos dos evangelhos, do cristianismo.

# Evitar improvisos ou deixar para a última hora

É muito fácil jogar na conta de Deus e do Espírito Santo o resultado da nossa preguiça de pensar e montar uma lista de louvor com antecedência. A desculpa que está esperando ver um sinal sobrenatural é muito usada nestes casos.

Na última hora sempre sai uma lista, cheia de jargões musicais, músicas em que a igreja se sente a vontade e se soltam facilmente, o que leva a crer que deu tudo certo e foi o Espírito Santo que mais uma vez falou na última hora.

Não quero aqui ficar entrando no mérito da fé alheia, mas isso é um grande equívoco, pessoas que fazem isso, deixando para a última hora são na grande maioria preguiçosas, empurram com a barriga suas responsabilidades e na última hora se escondem atras de questões espirituais.

Que cristão em sã consciência vai questionar a “vontade de Deus”? Aí fica fácil, passo a semana no whatsapp e facebook, não cumpro com minha responsabilidade, deixo para a última hora, e se alguém vier questionar digo que é a “vontade de Deus”. E o pior, se Deus através de sua soberania, ou seja, ele não depende em nada dos homens para fazer qualquer coisa, vier a se manifestar, curar e salvar vidas, este cidadão que é um na minha visão um joio, vai dizer que esta é a prova de que era a vontade de Deus.

Não meu irmão, os fins não justificam os meios. Sua preguiça não é o motivo de almas serem salvas, curadas ou pela manifestação do Espírito Santo, isso ocorre porque Deus quer, pode e faz, sem depender em nada, absolutamente nada de nós. Isso se chama soberania. O fato de algo ter dado certo no final das contas só mostra a misericórdia de Deus para com a Igreja e o quão pequeno é o seu entendimento bíblico.

Coloco primeiro as agitadas ou adoração?

Existem igrejas que já tem um ritual estabelecido, o que pode ser difícil mexer nele sem uma boa e longa transição.

Temos casos que o louvor termina antes do momento das ofertas, e os pastores querem entrar nesta parte com as pessoas atentas ($$$) para não esquecer de ofertar.

Existem casos em que o louvor entrega direto para as mensagens, e dependendo o pastor que vai ministrar a palavra, preferem que a igreja venha o mais “quebrantada” possível, pois acham que assim será mais fácil de convencê-las.

A questão é muito ligada a cultura litúrgica local, e se o desejo for mudar a liturgia, recomendamos paciência. Procurem testar novas formas em cultos com menor audiência, evitem os cultos de domingo e eventos mais marcantes.

Nós mesmo do Mais Que Adoradores, ajustamos a lista de acordo com o público/igreja que iremos tocar as músicas, buscando sempre o formato mais adequado.

Orar ajuda?

Sempre, a oração é um pilar da vida Cristã, nos permite entregar ao Senhor nossos anseios e dar espaço para que o Espírito Santo trabalhe em nossos corações.

Já não recomendo orar faltando 5 minutos para o culto pedindo uma lista de louvor de última hora. Se puder, deixe sempre uma lista reserva preparada, com músicas mais conhecidas, aquela que não tem erro, em que a igreja irá participar com certeza. Em um caso de emergência, use sem medo.

É correto pedir ajuda para o grupo na hora de escolher as músicas?

Porque não seria? Desde que observado os pontos citados acima, não transformando o período de louvor em um verdadeiro carnaval de estilos e sons, acredito que pode ser produtivo sim.

Já tivemos boas contribuições da banda em nossas listas. Algumas vezes membros da banda estavam mais atentos ao que a igreja estava buscando, e suas indicações foram bem positivas.

Devo fazer com antecedência?

Se possível sim, ainda mais se a banda possuir músicos menos experientes, que precisam de tempo para imprimir a cifra ou até mesmo repassar a música para trazê-la a memória. Nestes casos em especial, a antecedência será fundamental para uma boa execução.

Acredite, Deus não ficará chateado porque você não confiou que o Espírito Santo ditaria em seus ouvidos a lista na última hora. Pelo contrário, ele ficará feliz em saber que você está se esforçando, buscando ser um soldado precavido.

Concluindo…

Não existe uma fórmula mágica.

É necessário muita sabedoria, leitura da Bíblia, pesquisa, deixar a preguiça de lado e uma boa dose de equilíbrio.

Deixem os gostos pessoais um pouco de lado, as paixões, e olhem ao redor, vejam o resultados, avaliem, vejam se o fruto é bom.

Uma boa lista de louvor é a prova de que compreendemos o evangelho, a Deus e nossos irmãos, pois vamos trabalhar em prol destes 3 pilares.

4 COMENTÁRIOS

  1. Muito boas estas observações. percebo já a muitos anos estando a frente na prática do louvor em algumas igrejas, que tudo isso acontece e sempre elaborei uma maneira de primeiro observar o lugar e os costumes e a liturgia e se possivel, o gosto musical predominante de onde iamos nos apresentar. e sempre teve bons resultados. Um ótimo texto e com ideias muito boas!

    • Eu que agradeço! Volte sempre!
      Seu comentário me lembrou de dar uma revisada neste texto, alguns textos antigos foram escritos pelo celular e não foram revisados, erros de digitação, memória e outros gerados pelo corretor automático.